sexta-feira, 27 de junho de 2014

VIOLÊNCIA – Rafael Brasil



VIOLÊNCIA – Rafael Brasil

Mais uma vez explode a violência no país. Ainda o PCC, comandando das cadeias, os atos de terrorismo, amedrontando a polícia e a população, matando policiais e agentes penitenciários, e queimando ônibus, paralisando os transportes da maior cidade do país. Parece até os antigos gibis, aonde se lia nossos super-heróis, lutando contra as mais variadas organizações criminosas, que nutriam planos mirabolantes para dominarem a cidade, no caso de Batman, ou mesmo o mundo, como em Super-Homem.
Aqui, nossos bandidos se servem de arcaicas leis, da falência do judiciário e do sistema prisional, de uma polícia corrupta e desaparelhada, de um código penal arcaico, onde os crimes contra o patrimônio contam mais do que contra a vida. Por isso a impunidade corre solta. Além do mais, a cada dia que passa, nossas instituições são solapadas pela corrupção das elites, cada vez mais descaradas. Porém uma coisa é certa: o assunto vai esquentar na campanha eleitoral, e é bom que assim seja, pois não é mais possível fazer como Lula e Fernando Henrique, que cinicamente, jogavam o problema para as esferas estaduais, quando, o país nem dispõe de um sistema unificado nacional de informações, interligando as várias instâncias policiais, ou seja, as polícias estaduais, com as polícias federais. É preciso muita discussão, e sobretudo ação. A questão da violência é uma questão que envolve a própria questão democrática no país. É lógico que os corruptos não querem mudanças que impliquem em dureza para o pessoal de cima. É preciso pegar e prender os corruptos, agilizando os processos, e aumentando as penas. É comum aqui no nordeste, roubarem a merenda. E ainda esses cidadãos, andam pelas ruas livres e lépidos, posando de gente de bem. Afinal, como diz um ditado popular, n~eo é preciso ser honesto, é preciso parecer ser honesto.
O povo também tem sua parcela de culpa, votando por um dinheirinho, ou pequenos favores. O povão devia mesmo era sair às ruas, exigindo providências, num movimento cívico permanente, até a efetivação das mudanças. Como na época das diretas já, que proporcionaria uma transição democrática sem traumas para a nação. É preciso escolher bem nossos parlamentares, pois o congresso é a base da democracia. E cortar privilégios para os políticos, que não são poucos. Desde os deputados federais, aos vereadores, que no meu entender seriam extintos. É preciso cortar, barrar privilégios, senão a república desanda. Mais do que já está, com o presidente dizendo que roubar é normal, porque todo mundo rouba. É preciso também urgentemente, portanto fazer uma grande reforma política. Aliás, a agenda para o próximo presidente é grande, já que Lula nada fez, além de segurar seu mandato, e tentar de todo jeito a reeleição. Se for ele o eleito, assim como apontam as pesquisas, perderemos mais quatro anos. Se for o picolé de chuchu, pode ser que tenhamos algumas novidades, mas pior do que Lula, impossível. Só Sarney. Mas felizmente este já está velho, e ainda segura sua oligarquiazinha no Maranhão, graças aliás, ao seu mais novo companheiro, o Lula.
Mas o povão é também, além de desarticulado, mole. Lembro-me de relatos da segunda guerra mundial, quando os britânicos agüentaram os famosos bombardeios alemães durante toda a guerra. Na época sugeriram a rainha que se mudasse para a Escócia, para se livrar dos ataques, no que ela recusaria prontamente, preferindo ficar ao lado do povo. Por isso, quando morreu, com cerca de cem anos, foi amplamente homenageada pelo povão. Aqui, nossa ilustríssima primeira dama, pediu, e conseguiu, dupla nacionalidade italiana. Quando a coisa por aqui piorar, ela vai para a Itália?
Enquanto escrevo, a guerra civil continua solta nesse país. Nesse pobre e podre país, podbre país, como diria o finado Décio Pignatari. Estamos nos acostumando ao medo,cercando nossas casas, e eletrificando nossas cercas. Até quando? É preciso perder o medo, e sair juntos às ruas, exigindo mudanças já. Um retumbante basta à violência e a corrupção, numa perspectiva de refundação republicana. Até quando, seguiremos bestializados, assistindo o assassinato dos nossos filhos, sobrinhos, netos? Por que só nos mobilizamos para festas, como São João, ou Carnaval, festas aliás onde morrem muitas pessoas, de facada, tiro, ou mesmo de linchamento?

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