quinta-feira, 26 de março de 2015

O valor do amanhã: a cigarra triste e a formiga pobre - POR RODRIGO CONSTANTINO


O valor do amanhã: a cigarra triste e a formiga pobre

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“Eu acredito muito na sorte, e descubro que quanto mais duro trabalho, mais eu tenho dela.” (Thomas Jefferson)
Em seu livro O Valor do Amanhã, Eduardo Giannetti discorre sobre o tema das escolhas intertemporais de forma bastante objetiva e didática. O autor deixa claro que o fenômeno dos juros é inerente a toda e qualquer forma de troca em diferentes períodos no tempo, representando o prêmio da espera para o lado credor, ou o preço da impaciência na ponta devedora. Ou seja, os ganhos decorrentes da transferência de valores do presente para o futuro, ou os custos de antecipar valores do futuro para o presente. Nesse cenário, os juros monetários são apenas uma pequena fatia do conceito geral de juros.
O economista trata também da questão da miopia temporal, quando o indivíduo dá demasiada importância ao que está mais próximo no tempo, e seu espelho, a hipermetropia temporal, quando é atribuído um valor excessivo ao amanhã, em prejuízo das demandas correntes. De um lado, o sujeito que vive literalmente o carpe diem, de forma hedonista ou mesmo irresponsável, e do outro lado, o que adia tanto seu viver que o hoje vira um enorme vazio. Se o míope com freqüência é vítima do remorso, porque o futuro chega e cobra seu preço pelo passado despreocupado, o hipermétrope normalmente sofre com o arrependimento pelo desperdício de oportunidades perdidas com o excesso de zelo pelo amanhã. Como disse Schopenhauer: “Muitos vivem em demasia no presente: são os levianos; outros vivem em demasia no futuro: são os medrosos e os preocupados; é raro alguém manter com exatidão a justa medida”.
Giannetti inicia sua explanação sobre os juros pelo fator biológico, lembrando que a senescência é o valor pago pelo rigor da juventude. “A plenitude do corpo jovem se constrói às custas da tibieza do corpo velho”, como coloca o próprio autor. Há um claro trade-off implícito em cada escolha intertemporal que fazemos, entre “viver agora e pagar depois”, ou “plantar agora e colher depois”. Não podemos ter e comer o bolo ao mesmo tempo.
Animais e crianças costumam viver mais intensamente o momento, reagindo basicamente por instinto. Os desejos exigem pronto atendimento, e a busca de rápida satisfação fala mais alto que tudo. Ainda não aprenderam o valor da espera, e não possuem ferramentas racionais para avaliar se esta compensa ou não. A impaciência infantil é fruto da combinação da dificuldade de figurar mentalmente o amanhã e uma baixa capacidade de autocontrole, de resistir ao apelo de impulsos. Como resultante, há uma forte propensão a desfrutar o momento e descontar o amanhã. Infelizmente, são muitos os adultos que não conseguem também dominar tal impulsividade através da razão.
Retardar o consumo atual para poder investir na produtividade rende frutos no futuro. Os recursos não caem do céu, e faz-se mister uma escolha intertemporal entre menos agora, mais depois. Hoje mais que nunca, a preocupação com o amanhã deve ser enorme. Os nômades caçadores viviam o aqui-e-agora, ignorando a necessidade da previdência. Entretanto, quem nasce atualmente vive aproximadamente o dobro do que era comum antes da Revolução Industrial. O progresso da técnica tem aumentado de forma bastante acelerada a expectativa média de vida. O mundo necessita mais da racionalidade da formiga que da impulsividade da cigarra. A poupança de hoje é que permite o consumo maior de amanhã. Tal obviedade parece ignorada quando observamos a situação caótica dos sistemas de previdência social modernos. Talvez as pessoas não saibam que o governo não cria riqueza, e portanto não pode garantir a renda da aposentadoria futura sem a contrapartida da poupança atual. O conforto de amanhã exige um sacrifício hoje.
O filósofo Bentham dizia que “as crianças que comeram o bolo são inimigas naturais daquelas que ainda possuem o seu”. Isso é importante pois trata de um sentimento comum presente nos devedores irresponsáveis em relação aos credores: o ressentimento. Confessar o próprio erro é difícil e doloroso, assumir o vício da prodigalidade, o hábito de gastar mais do que ganha, exige força de vontade e integridade. Estes não querem abandonar a dolce vita, preferindo utilizar a poupança alheia antes que o produto de seu próprio e duro trabalho acumulado possa estar disponível. Extrapolando isso para todo um povo, utiliza-se a poupança externa para acelerar o consumo presente, e na hora de pagar a conta resta o rancor com os credores, como se estes fossem malvados. Como disse Meira Penna: “É muito mais fácil esbravejar contra o rico banqueiro, sobretudo quando é estrangeiro, do que apertar o cinto e ‘fazer economia’…”
Um dos problemas do curto horizonte temporal no Brasil, com baixa taxa de poupança, é o coletivismo. Trata-se de um ambiente social em que o futuro pessoal de cada indivíduo pouco depende dele mesmo, ou seja, depende apenas em pequena medida das escolhas que ele faz. É omoral hazard do nosso modelo previdenciário, sem contas individuais e independente da contribuição de cada um para a determinação do benefício futuro. Além disso, nosso grau de impaciência como nação é absurdamente elevado, devido às necessidades urgentes impostas pela miséria. Por fim, as oportunidades de investimento, prejudicadas pelo péssimo ambiente institucional, oferecem baixo valor para o uso de recursos que deixam de ser consumidos no presente, podendo assim ser deslocados para render frutos à frente. A confiabilidade da ordem jurídica aumenta a confiança no amanhã.
O somatório dessas características faz com que a sociedade brasileira tome emprestado do futuro, de forma irresponsável até. Desta forma, a dívida pública através do Estado beira um trilhão e meio de reais, e a taxa de poupança é absurdamente baixa, menor que 20% do PIB. O Brasil vive demasiadamente no presente, com seu governo inchado e assistencialista, sem a necessária poupança que se reverte em investimentos produtivos. Como uma criança, age por impulso, para atender os desejos do momento. Quer o bônus da prosperidade sem o ônus da poupança. Quer o crescimento sem o custo da espera, e quando o resultado não é inflação ou crise na balança de pagamentos, é juros altos.
O valor do amanhã continua baixo por aqui, como nos tempos indígenas. E quem tudo quer, nada tem. No afã de querer tanto o consumo maior no presente quanto o conforto da farta poupança no futuro, o país corre o risco de terminar sem nada: a cigarra triste e a formiga pobre.
Texto presente em “Uma luz na escuridão”, minha coletânea de resenhas de 2008.

As quatro lições de Jouvenel Por João Cesar de Melo, publicado no Instituto Liberal


As quatro lições de Jouvenel

Por João Cesar de Melo, publicado no Instituto Liberal
Num dos capítulos de seu livro A Ética da Redistribuição, o escritor francês Bertrand de Jouvenel esclarece sobre o papel da desigualdade na distribuição de riqueza e as consequências de políticas de nivelamento intelectual e econômico. Para tanto, o autor identifica quatro pontos que devem ser considerados: Primeiro, “Necessidades pessoais para indivíduos de gostos originais”; segundo, “A perda, para a sociedade, do esforço especial que essas pessoas fariam a fim de satisfazerem suas necessidades especiais”; terceira, “A perda, para a sociedade, da variedade de estilos de vida resultantes de esforços bem sucedidos para satisfazer desejos especiais”; quarta, “A perda, para a sociedade, daquelas atividades que são sustentadas pela demanda das minorias”. Entendamos o que cada um desses pontos significa.
1° – Cada indivíduo carrega em si um conjunto de características próprias, moldadas pela genética e potencializadas pela família, cultura, religião, sociedade e economia, o que torna absurda qualquer medida genérica do Estado visando atender “demandas sociais” − cada indivíduo tem necessidades próprias!
Numa mesma família, filhos de um mesmo casal, criados num mesmo ambiente, apresentam interesses, gostos e desejos diferentes, independentemente da vontade dos pais. Essa obviedade tão ignorada pelo socialismo − que tenta incansavelmente formatar todas as pessoas num único arquétipo intelectual − é o principal fomentador do desenvolvimento humano. O sucesso de qualquer país está vinculado ao nível de liberdade que cada cidadão tem para desenvolver-se em função de suas próprias características. Para cada indivíduo que se utilizará da liberdade para roubar ou matar, haverá muitos outros utilizando esta mesma liberdade para trabalhar, produzir, criar novos procedimentos e tecnologias e também para ajudar outras pessoas. O socialismo justifica seus métodos dizendo que é necessário coibir a violência e a ganância em suas origens − família e mercado −, porém, tais métodos acabam penalizando todos os indivíduos indiscriminadamente, muito antes da identificação dos “malfeitores”. A burocracia representa isso muito bem – o Estado impondo um conjunto de formalidades na esperança de impedir fraudes, o que acaba criando o ambiente perfeito para os fraudadores desenvolverem, junto a alguns agentes do próprio Estado, formas de se burlar tais formalidades. Ou seja: O Estado enxerga todos os cidadãos como picaretas – “as exceções que provem o contrário!”. Não por acaso, a burocracia é uma das principais características dos regimes mais à esquerda.
2° – Numa sociedade livre, a quase totalidade dos indivíduos tentará atingir seus objetivos por meio do trabalho. Quanto maiores as ambições de cada indivíduo, maior é seu esforço em realizá-las; e o conjunto dos esforços de outros indivíduos alimenta a competição, que aumenta a qualidade dos produtos e serviços oferecidos a todos. O operário que quiser um carro melhor ou uma casa maior que a de seus colegas terá que se esforçar mais ou demonstrar alguma capacidade especial para ganhar um salário melhor. Neste ambiente, até os preguiçosos e incapazes ganham, já que terão acesso a produtos e serviços melhores e mais baratos produzidos por outras pessoas, afinal, numa economia rica e dinâmica, todos são consumidores de todos.
Nas economias subjugadas aos caprichos socialistas, esforços tendem a não ser recompensados. A principal razão da ineficiência da agricultura cubana é a ausência de recompensas individuais, já que todos os esforços devem ser destinados ao “bem comum”, esta entidade abstrata, sempre descrita poeticamente pelos socialistas, cobrada com fervor nos discursos − desde que o “bem comum” absorva apenas os esforços dos outros.
3° – A variedade de estilos de vida resultantes de desejos especiais gera uma incontável gama de produtos e serviços que interagem com a economia de massa. Até pouco mais de um século atrás, o ato de se alimentar era uma questão de sobrevivência diária para a grande maioria da população. Escolher o que comer era privilégio dos ricos. Hoje, esta mesma parcela de pessoas escolhe, por prazer, o que almoçar ou jantar. Até mesmo um favelado brasileiro tem um cotidiano alimentar muito superior a de um cidadão de “classe média” do final do século XIX. Favelado faz churrasco!
Não foram as “boas intenções” socialistas que promoveram a diversificação e massificação da produção de alimentos no mundo. Foram as excentricidades e as ambições dos mais ricos; pessoas desejando alimentos melhores e diferentes − e, por que não, mais baratos −, financiaram o desenvolvimento do setor, cujas empresas enxergaram que poderiam aproveitar o know-how para produzir alimentos também para as camadas mais baixas da população. Hoje, quase não há diferença entre o que o Presidente dos Estados Unidos e o cidadão comum americano ou brasileiro comem. O mesmo podemos dizer a respeito de higiene pessoal, da saúde e do vestuário. Até o século XVIII, na Europa, “o que distinguia o homem de classe média do de classe baixa era o fato de o primeiro ter sapatos, e o segundo não”, como já disse Ludwig von Mises. Sapatos era um luxo, sua fabricação era voltada para atender os mais ricos, porém, os próprios fabricantes destes sapatos começaram a perceber que poderiam criar produtos voltados para as camadas mais baixas, principalmente depois que elas começaram a ter rendas maiores por conta da nova atividade econômica, a indústria. Imaginemos, então, o que teria acontecido se algum governo tivesse imposto que… “se todos não podem ter sapatos, ninguém os terá”.
Todo produto de luxo financia, direta ou indiretamente, o mercado popular. Um playboy, qualquer que seja suas excentricidades, gera mais benefícios públicos do que a maioria dos engajamentos sociais. Para atender aos caprichos de cada playboy, diversos profissionais especializados oferecem produtos e serviços especiais, recebendo remunerações especiais. Cada produto e serviço, por mais especial que seja, depende de uma gama de fornecedores que, de uma forma ou de outra, também atendem as massas.
Sem as excentricidades privadas, também não teríamos uma arte tão diversificada. Quem encomendaria quadros para embelezar a casa? Quem se disporia a produzir algo “diferente” para uma massa de clientes com os mesmos gostos e rendas? Ninguém. Novamente, nos basta dar uma olhada em Cuba, onde a produção cultural é riquíssima de coisas iguais, afinal, como diz o artigo 38 da constituição do país: “És libre la criación artística siempre que su contenido no sea contrario a la Revolución”.
4° – Se uma das funções da democracia é salvaguardar a liberdade das minorias, e se “a menor das minorias é o indivíduo”, como já disse Ayn Rand, toda e qualquer excentricidade deve ser respeitada. A excentricidade faz parte da alma do ser humano. Do mais rico ao mais miserável, todos têm as suas. O mendigo da esquina mantém consigo um ou outro objeto que achou na rua. Na maioria das vezes, algo sem valor ou função, mas para ele representa alguma coisa. Um automóvel de um milhão de dólares, por mais sem sentido que seja para muitas pessoas, para outras é algo desejável, e esse desejo movimenta toda uma cadeia de esforços individuais, distribuindo renda numa cascata de vasão espontânea e legítima.
“É difícil dizer o que teria sido do desenvolvimento econômico do Ocidente caso as coisas essenciais tivessem sido colocadas em primeiro lugar”, reflete Jouvenel, apontando para a realidade de que são desejos muitas vezes extravagantes que acabam alimentando uma gigantesca cadeia produtiva que, uma hora ou outra, beneficia até a pessoa mais miserável. A maioria dos produtos que abarrotam os supermercados e das tecnologias que tornam nossas vidas confortáveis têm suas origens na vaidade e na excentricidade de uma minoria de indivíduos.
Discriminar os mais ricos é um dos piores erros que uma sociedade pode cometer contra si mesmo. Em vez de rejeitá-los, devemos criar o ambiente para que eles se interessem em gastar suas fortunas consumindo nossos produtos e serviços, não os dos outros.
Jouvenel finaliza: “A história nos mostra que cada ampliação bem sucedida das oportunidades de consumo estava vinculada à distribuição desigual dos meios de consumir”.

sábado, 21 de março de 2015

Os impasses da Rússia nos 30 anos que separam Mikhail Gorbachev e Vladimir Putin Leonardo Cazes - O Globo



APÓS RECESSÃO NOS ANOS 1990, PAÍS SE RECUPEROU NOS ANOS 2000, MAS VÊ FANTASMAS DA CRISE E DO AUTORITARISMO DE VOLTA




Ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev e o atual presidente da Rússia Vladimir Putin em encontro na Alemanha Foto: Christian Charisius / Reuters/21-12-2004
Ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev e o atual presidente da Rússia Vladimir Putin em encontro na Alemanha - Christian Charisius / Reuters/21-12-2004


Desde a eleição de Mikhail Gorbachev como secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), em março de 1985, com a missão de modernizar a economia do país, a Rússia assistiu ao colapso do socialismo e à emancipação das 15 repúblicas que formavam a URSS, viu sua economia encolher entre 1990 e 1996 e passou pelo maior processo de privatização já realizado. Contudo, 30 anos após Gorbachev começar a perestroika, o país volta a se apresentar como uma potência mundial capaz de rivalizar com os Estados Unidos, enquanto o presidente Vladimir Putin é criticado no Ocidente por seu autoritarismo. Uma reviravolta que mistura política, negociatas, guerras e a alta dos preços das commodities, além da herança da maior experiência do socialismo real.

— Os anos 1990, com Boris Ieltsin, foram um trauma nacional. Por isso Putin é tão bem avaliado. Isso reforçou as tendências coletivistas que vêm desde a União Soviética. Os russos acham que o capitalismo liberal anglo-saxão não funciona no país. Não se trata de uma volta ao comunismo, mas sim de ter um capitalismo estatal — afirma Angelo Segrillo, professor de História da Universidade de São Paulo e autor do recém-lançado livro “De Gorbachev a Putin: a saga da Rússia do socialismo ao capitalismo” (Ed. Prismas).
Na obra, o historiador traça o caminho político e econômico percorrido pelo país na transição entre os dois modelos. Ele destaca que a necessidade de modernização da economia soviética já estava há tempos no radar do PCUS. A desaceleração do crescimento econômico a partir da década de 1970, acentuada no início dos anos 1980, e o hiato cada vez maior no desenvolvimento tecnológico entre o Ocidente e a União Soviética pressionavam por mudanças. É nesse contexto que Gorbachev inicia a a perestroika, que significa reestruturação em russo.


O secretário-geral Mikhail Gorbachev durante um debate promovido pelo PCUS - Reuters


Uma das primeiras medidas para modernizar a economia foi a expansão da experiência iniciada, em 1983, por Yuri Andropov, seu antecessor na secretaria-geral do PCUS. Cinco ministérios com cerca de 700 empresas selecionadas ganharam mais liberdade para decidir a melhor maneira de produzir e podiam reter uma parte do lucro, em vez de dá-lo ao Estado. Um primeiro passo na direção do autofinanciamento das empresas, algo que seria buscado cada vez mais intensamente nos anos seguintes. O planejamento central caminhava para se tornar mais indicativo do que diretivo.
Em maio de 1988, foi aprovada a lei que permitiu a criação de cooperativas na URSS, com no mínimo três sócios, e, pela primeira vez, liberava a contratação de mão de obra de terceiros. Paulo Afonso de Carvalho, professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do Centro de Estudos Russos, vê na perestroika uma influência de Lênin e sua Nova Política Econômica (NEP, em russo), implantada com o fim da guerra civil em 1921.
— Gorbachev buscou inspiração na NEP, que com Lênin manteve a indústria pesada e outros setores estatizados e liberava outros de médio e pequeno porte, porque era a única coisa que podia propor, mudanças na economia e manutenção do partido único. Mas a própria dinâmica da perestroika destampou a garrafa e o gênio da liberdade — afirma ele.
A desorganização econômica provocada pela flexibilização do planejamento central, com o aumento do desabastecimento, e da formação de preços, que permitiu o surgimento da inflação, teve um grande impacto negativo na vida dos soviéticos. Contudo, mais importante para a desintegração da URSS foram as tensões nacionalistas e étnicas, agravadas pelo ambiente de maior liberdade. No primeiro semestre de 1991, todas as 15 repúblicas tinham declarado sua soberania. Estônia, Lituânia, Letônia e Geórgia afirmaram a sua independência.

A ASCENSÃO DE IELTSIN
Na Rússia, Ieltsin, eleito presidente do Soviete Supremo do país em 1990, despontava como líder da oposição democrática. Durante a tentativa de golpe contra Gorbachev, em agosto de 1991, ele se tornaria o grande líder da resistência. Entrincheirado no parlamento, convocou uma greve geral e, derrotado o golpe, saiu como o grande vitorioso. Em dezembro, costurou pelas costas do secretário-geral o acordo com Bielorrússia e Ucrânia para a formação da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), pondo fim à União Soviética.

O então presidente do Soviete Supremo da Rússia e futuro presidente do país, Boris Ieltsin, saudado após a vitória da resistência ao golpe contra Gorbachev - Dima Tanin / AFP/24-08-1991

A partir daí, o desafio era o modo de continuar a transição para o capitalismo. Agora presidente da Rússia, Ieltsin optou pela “terapia de choque” comandada por Yegor Gaidar, seu primeiro-ministro: em janeiro de 1992 liberou todos os preços (antes tabelados pelo governo), gerando uma inflação que fechou o ano em 2.580%, e iniciou o maior programa de privatizações da História. Até junho de 1993, 60 mil das 200 mil empresas estatais foram vendidas. As tarifas de importação de bens de consumo foram baixadas, o que inundou o país de produtos de qualidade superior e dizimou a indústria nacional.

— A privatização foi uma escolha política. Muitos dizem que se as “dores do parto” fossem longas os comunistas voltariam, mas havia uma preocupação em criar um fato consumado e corrigir os desequilíbrios depois — explica Segrillo.
A venda das estatais foi complexa e até cupons, para serem trocados por ações, foram distribuídos. No caso das grandes companhias, houve a ascensão dos “oligarcas”, divididos entre oriundos do mercado financeiro e ex-diretores soviéticos. O grupo assumiu as operações mais rentáveis nas áreas de energia, mineração e comunicações. Com forte influência política, despejou milhões de dólares para garantir a reeleição de Ieltsin, em 1996, contra Gennady Ziuganov, do Partido Comunista da Federação Russa (PCFR).
Os oligarcas assumiram postos importantes no governo, como Vyktor Chernomyrdin, primeiro-ministro de dezembro de 1992 a março de 1998. Foi sob seu comando que foi gestada a bomba-relógio da crise de agosto de 1998. A receita aplicada para controlar a espiral inflacionária foi parecida com a do Brasil no período: a âncora cambial. Com sonegação e déficit fiscal em alta, a valorização do rublo só poderia ser defendida com endividamento externo, emissão de títulos e juros estratosféricos. A conta veio e o país quebrou.

Entre 1998 e 1999, em meio a crise, a Rússia teve cinco primeiros-ministros. Em agosto, Vladimir Putin tomou posse. Com fama de durão, sua popularidade cresceria na onda dos ataques a militantes islâmicos no Daguestão e da invasão da Chechênia, após uma série de atentados atribuídos aos rebeldes deixarem 300 mortos. Percebendo a força política de Putin, Ieltsin o apontou como seu candidato na eleição presidencial de 2000 e, no último dia de 1999, renunciou ao cargo em nome do então primeiro-ministro.
DEMOCRACIA AMEAÇADA
Vladimir Putin se reelegeu presidente em 2004, fez Dmitri Medvedev seu sucessor em 2008, tornando-se primeiro-ministro, e elegeu-se presidente em 2012, agora para um mandato de seis anos. Sua ascensão representou uma inflexão em comparação a Ieltsin: no campo político, promoveu uma centralização do poder e restringiu a atuação das oposições. Na economia, renacionalizou empresas estratégicas, numa campanha conhecida como “caça aos oligarcas”. De acordo com Segrillo, Putin ensaiou um acordo tácito: os outrora poderosos manteriam influência econômica, mas se retirariam da política. Quem não concordou, sofreu com o cerco do governo contra a sonegação. Foi assim que as redes de TV ORT e NTV, críticas ao governo, foram encampadas, além das petroleiras Sibfnet e Yukos.
A combinação de estabilidade econômica e disparada do preço do petróleo — menos de US$ 10 em 1998 para US$ 149 em julho de 2008 — favoreceram Putin. Até a crise financeira global, seu governo viu o desemprego cair pela metade e a percentagem de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza diminuir de 40% para 15%. Para Paulo Afonso de Carvalho, da UnB, a bonança vivida até 2008 explica sua alta popularidade e a fraqueza das oposições. Hoje, a ameaça de uma nova crise aparece no horizonte por conta da forte queda do preço dos barris.
— Putin foi responsável pela devolução do orgulho dos russos. Se a eleição para presidente fosse hoje, seria reeleito com quase 80% dos votos.

O presidente Vladimir Putin durante homenagem aos veteranos da Segunda Guerra Mundial - KIRILL KUDRYAVTSEV / AFP/09-05-2014

No entanto, pairam dúvidas sobre a democracia russa. Desde 2004 a Freedom House, organização que monitora a liberdade no mundo, não considera o país democrático. No seu último relatório, classificou a Rússia como “não-livre”, deu nota 6 para as liberdades civis e os direitos políticos, numa escala em que 7 é a pior nota, e elencou uma série de violações, como perseguições a jornalistas independentes. A organização também criticou a anexação da Crimeia e apontou a participação de tropas russas nos confrontos no leste da Ucrânia, apesar das negativas oficiais.
— Nas eleições presidenciais de 2012, a OSCE (Organização para Segurança e Cooperação Europeia) mostrou que houve desequilíbrio na cobertura da imprensa, irregularidades na contagem dos votos em um terço das seções, uso de recursos públicos em favor do seu partido e manipulação da lista de votantes. O respeito aos direitos individuais infelizmente não existem na Rússia hoje — diz Susan Corke, diretora da Freedom House para a Eurásia.

A anexação da Crimeia, que completou um ano este mês, e a guerra civil na Ucrânia são novos episódios da tensa relação entre a Rússia, seus vizinhos e o Ocidente. Segrillo afirma que Putin manteve um bom relacionamento com os EUA até o presidente George W. Bush anunciar a intenção de instalar um escudo antimísseis no leste europeu. A expansão da OTAN em direção às antigas repúblicas soviéticas também alimenta a desconfiança do presidente russo.

Já Susan enxerga na suposta ameaça da OTAN um sinal de que Putin não quer a paz na região.

— Putin crê que a expansão da OTAN é uma ameaça. Isso mostra a visão dele de que os membros da OTAN são adversários, não aliados. Suas ações têm mostrado que ele não está comprometido com uma paz prolongada no espaço euro-atlântico e, pelo contrário, fomenta um conflito.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Dilma não comerá o peru de Natal no Palácio do Planalto

O colunista de VEJA Marco Antonio Villa aposta que Dilma não termina o ano na Presidência da República. E, inspirado pelos ganhos de José Dirceu, lança o programa social "Minha cela, minha consultoria". "Se o doleiro Youssef falar na CPI da Petrobras, Dilma cai", afirma o historiador. Acompanhe a conversa com Joice Hasselmann.

Por VEJA.com - Atualizado em 

DE CUMPADE PRA CUMPADE - Jessier Quirino

NENÉM NA BALANÇA DA CIBRAZEN
No interior mais mato adentro daqui de nós, o Médico termina de examinar uma criança doente, no miolo dum comércio de beco de fim de feira. Na falta de uma balança pediátrica apropriada, pergunta a mulher que traz a doentinha nos braços:
- A senhora sabe quantos quilos ela está pesando?
- Aff Maria Doutor, isso é uma coisa que sei não sinhô!
Sem os dados do peso da criança, fica o Doutor sem poder receitar a dosagem correta do remédio. Nisso, um ajudante da casa, na melhor das inteções, sugere bem sugerido:
- Ô doutor, aqui do lado tem uma balança da Cibrazen, mas eu acho que a neném é muito pequena…
O Doutor espertamente atina prum detalhe, e diz de acelerado:
- Ôpa rapaz, vai dar certo! Mesmo sendo balança industrial, a gente pesa. Vamos lá: Primeiro sobe na balança a mãe com a criança nos braços; depois, a gente segura a criança e sobe a mãe sozinha. Aí, é só pegar o peso das duas, diminuir do dela sozinha, teremos o peso da criança e eu passo a dosagem certa do remédio. Vamos Dona Maria…
Nesse interim-tim-tim a mulher temerosa retruca:
- Ô Doutor, por caridade, não vamos pesar desse jeito não; eu vejo a hora, que Deus o livre, que pode findar errado a dosage da bichinha!
- Mas por que Dona Maria????
- É porque eu não sou a mãe dela não, eu sou a tia!!
AUTO_jmarcosAUTO_jmarcos

MANCHETE DA SEXTA-FEIRA – UMA PROPINA GRADEADA - DO BLOG BESTA FUBANA

MANCHETE DA SEXTA-FEIRA – UMA PROPINA GRADEADA

cns
* * *
Esta propina ele deve ter recebido da uma empresa especializada em fabricar grades de grandes presídios.
A Papuda virou 5 estrelas depois que os mensaleiros foram lá trancafiados.
zé dirceu
“Este fela-da-puta deste Editor do JBF num me deixa em paz…”

domingo, 15 de março de 2015

O populismo por trás dos programas federais para educação - VEJA.COM

O populismo por trás dos programas federais para educação

Uma das principais bandeiras petistas na campanha presidencial de 2014, os programas educacionais começam a revelar sua inviabilidade econômica

Por: Bianca Bibiano e Daniela Macedo - Atualizado em 
Baixa atratividade da carreira docente explicaria falta de professores
Crise econômica pode afetar oferta de vagas nos programas Fies e Pronatec, ambos do governo federal(Thinkstock/VEJA)
O investimento do governo federal em programas educacionais voltados para o ensino superior, com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), e o ensino técnico, com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), foi uma das principais bandeiras do PT na campanha presidencial, em 2014. Já no primeiro semestre da 'Pátria educadora', porém, eles revelam sua natureza populista: são programas criados sem critério ou planejamento orçamentário que logo se mostram economicamente inviáveis.
A necessidade de implementação de políticas públicas para melhorar a qualidade da educação e combater as desigualdades educacionais no país é inquestionável. Mas programas que tornam alunos e instituições de ensino dependentes de recursos federais, como Fies e Pronatec, podem sofrer - e causar - sérios danos estruturais ao menor abalo no cenário econômico.
Dependência - Muitas instituições de ensino dependem da verba federal, oriunda dos programas educacionais, para sobreviver. Segundo dados da consultoria Hoper Educação, uma em cada quatro instituições privadas de ensino superior possuem mais de 30% de seus alunos oriundos do Fies. "A redução de doze para oito pagamentos ao longo do ano impactará principalmente essas instituições que têm grande comprometimento financeiro vinculado ao programa", explica Romário Davel, consultor da Hoper.
O problema é maior em regiões onde a demanda por vagas no ensino superior é maior. No Acre, por exemplo, 59% dos alunos das faculdades privadas utilizam o financiamento do governo para pagar os estudos. "São instituições que terão dificuldades para equilibrar o orçamento, uma vez que mais da metade da receita é oriunda do caixa federal", diz Davel.
Prejuízos - Com o Fies. o governo Dilma promoveu extraordinária ascensão e queda de empresas no setor. Com a liberação indiscriminada do financiamento federal, o valor de mercado de instituições privadas de ensino superior foi às alturas e criou uma bolha no setor da educação. O primeiro tombo veio com as mudanças nas regras do Fies, anunciadas no final de 2014, instituindo a nota mínima no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a redução do número de parcelas de repasses federais às instituições. O anúncio provocou a queda rápida das ações. De lá para cá, as quatro principais empresas de capital aberto do setor - Kroton, Estácio, Anima e Ser Educacional - perderam 15 bilhões de reais em valor de mercado. A bolha estourou.
O quadro foi agravado pela dificuldade dos alunos em se cadastrar no sistema do Fies e pelo atraso no repasse às faculdades privadas previsto para fevereiro. "A captação de novos alunos pelo Fies já foi comprometida para 2015, uma vez que o sistema ficou fechado para novos contratos nesses meses iniciais do ano, quando as faculdades registram mais matrículas", diz Davel.
O pacote de mudanças nas regras do Fies para renovação e adesão ao programa visa ao corte dos gastos federais com o programa que, sem controle, saltaram de 1 bilhão para 14 bilhões de reais em apenas quatro anos. As medidas, contudo, trouxeram derrotas extra ao governo: na semana passada, aJustiça suspendeu o limite de reajuste na mensalidade imposto pelo MEC.
A dependência do programa também atinge os alunos. Muitos estudantes que ainda não conseguiram renovar o contrato com o Fies não possuem recursos para bancar a faculdade. Para eles, os cortes no programa podem interromper o sonho do diploma universitário.
Mapa do Fies
Mapa do Fies(VEJA.com/VEJA)
Ensino técnico - O comprometimento financeiro em relação ao governo federal também dá sinais de insustentabilidade no âmbito do ensino técnico. Apesar da promessa da presidente Dilma Rousseff de ofertar 12 milhões de novas vagas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), o programa começou 2015 com dívidas.
No início de fevereiro, escolas profissionalizantes relataram atrasos de três meses no pagamento das bolsas, ofertadas para alunos de baixa renda. "Desde que o programa foi criado, em 2013, muitas instituições deixaram de captar novos alunos pagantes, porque a maioria aguarda as vagas gratuitas ofertadas pelo governo. Isso aumentou a dependência financeira com relação ao repasse federal", explica Henrique Mesquista, presidente da Associação Nacional das Instituições Privadas de Educação Profissional Técnica de Nível Médio (Anietec).
Diante dos atrasos, a orientação da Anietec para as instituições de ensino é que eles busquem equilibrar as contas para reduzir os riscos se houver nova demora nos repasses. "Além disso, vamos tentar atuar no Ministério da Educação para evitar que os atrasos se repitam", diz Mesquita.
Segundo Antônio Eugênio Cunha, presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), essa não foi a primeira vez que o governo atrasou o pagamento das mensalidades do programa. "O repasse cai geralmente após 60 dias da execução do programa, quando na prática deveria ser de 30 dias. Isso afeta o pagamento de professores. Em dezembro, muitos ficaram sem receber 13º salário e férias em decorrência dos atrasos", explica. O Sinepe te 16 escolas cadastradas no Pronatec, instituições que, segundo Cunha, cogitam deixar o programa caso os atrasos continuem.
Já Alba Valeria Santos, coordenadora do Consórcio Mineiro Metalúrgico para Formação e Qualificação Profissional, acredita que uma redução de investimento no Pronatec gerará menor oferta de vagas nos cursos técnicos e de qualificação profissional. "Os diversos segmentos serão impactados, principalmente o industrial, que tem sido beneficiado com um maior número de profissionais capacitados para o mundo do trabalho, possibilitando assim o preenchimento das vagas existentes no mercado profissional", explica.
Ou seja, em alguns casos, a emenda pode sair pior que o soneto.

FRASES DO BARÃO DE ITARARÉ


40 frases impagáveis do Barão de Itararé

40 FRASES IMPAGÁVEIS DO BARÃO DE ITARARÉ


Um grande humorista ganhou uma biografia alentada, “Entre Sem Bater — A Vida de Apparício Torelly, o Barão de Itararé” (Casa da Palavra, 480 páginas), de Cláudio Figueiredo. Criador do jornal “A Manha”, o Barão ridicularizava ricos, classe média e pobres. Não perdoava ninguém, sobretudo políticos, donos de jornal e intelectuais.
Ele não era barão, é claro. Mas deu-se o título de nobre e nobre se tornou. O primeiro nobre do humor no Brasil. Debochava de tudo e de todos e costumava dizer que, “quando pobre come frango, um dos dois está doente”. Ele é um dos inventores do contra-politicamente correto.
Há muito que o gaúcho Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly (1895-1971) merecia uma biografia mais detida. Em 2003, o filósofo Leandro Konder lançou “Barão de Itararé — O Humorista da Democracia” (Brasiliense, 72 páginas). O texto de Konder é muito bom, mas, como é uma biografia reduzida, não dá conta inteiramente do personagem, uma espécie de Karl Kraus menos filosófico mas igualmente cáustico.
Quatro depois, o jornalista Mouzar Benedito lançou o opúsculo “Barão de Itararé — Herói de Três Séculos (Expressão Popular, 104 páginas). É ótimo, como o livrinho de Konder, mas lacunar. No final, há uma coletânea das melhores máximas do humorista, que dizia: “O uísque é uma cachaça metida a besta”.
O que se leva desta vida é a vida que a gente leva.
A criança diz o que faz, o velho diz o que fez e o idiota o que vai fazer.
Os homens nascem iguais, mas no dia seguinte já são diferentes.
Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.
A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.
Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.
Não é triste mudar de ideias, triste é não ter ideias para mudar.
Mantenha a cabeça fria, se quiser ideias frescas.
O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro.
Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.
Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.
De onde menos se espera, daí é que não sai nada.
Quem empresta, adeus.
Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.
O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.
Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.
A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.
Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.
Precisa-se de uma boa datilógrafa. Se for boa mesmo, não precisa ser datilógrafa.
O fígado faz muito mal à bebida.
O casamento é uma tragédia em dois atos: um civil e um religioso.
A alma humana, como os bolsos da batina de padre, tem mistérios insondáveis.
Eu Cavo, Tu Cavas, Ele Cava, Nós Cavamos, Vós Cavais, Eles Cavam. Não é bonito, nem rima, mas é profundo…
Tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está.
Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra!
Devo tanto que, se eu chamar alguém de “meu bem”, o banco toma!
Viva cada dia como se fosse o último. Um dia você acerta…
Tempo é dinheiro. Paguemos, portanto, as nossas dívidas com o tempo.
As duas cobras que estão no anel do médico significam que o médico cobra duas vezes, isto é, se cura, cobra, e se mata, cobra.
O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.
Em todas as famílias há sempre um imbecil. É horrível, portanto, a situação do filho único.
Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados.
Quem não muda de caminho é trem.
A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Ford fecha parceria com MIT e Stanford para estudar carros sem motorista

Ford fecha parceria com MIT e Stanford para estudar carros sem motorista

Objetivo é pesquisar novas tecnologias para que veículos automatizados identifiquem outros carros, pedestres e obstruções no ambiente

 - Atualizado em 
Reprodução
Fusion Hybrid(Reprodução/VEJA)
A Ford anunciou nesta quarta-feira uma parceria com o Instituto de Tecnologia Massachusetts (MIT) e com a Universidade Stanford para encontrar novas soluções para conduzir automóveis sem a necessidade do motorista.
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Uma equipe do MIT está pesquisando como os veículos sem o condutor podem prever as ações dos pedestres e a presença de outros carros ao seu redor. Os cientistas de Stanford, por sua vez, focam em soluções para que os automóveis sejam capazes de identificar qualquer tipo de obstrução por meio de sensores.
Para realizar os testes, os cientistas de ambas as instituições vão usar o Fusion Hybrid, um veículo desenvolvido pela Ford para ser usado em pesquisas. O carro possui quatro sensores que conseguem criar em tempo real um mapa do ambiente ao seu redor (confira o vídeo dos protótipos abaixo).
Os carros sem motorista ainda vão demorar alguns anos para chegar ao mercado, mas algumas empresas do setor automobilístico anunciaram novas tecnologias capazes de permitir ao condutor tirar as mãos do volante por um curto espaço de tempo em congestionamentos ou em estradas.
Para que esses veículos possam se locomover de forma segura em grandes urbanos, afirmam os especialistas, será necessário que tecnologias mais avançadas e novos algoritmos sejam criados. O grande desafio é fazer com que os protótipos consigam entender a reação das pessoas e de outros veículos.
A Ford chegou a trabalhar em um projeto de uma rede para carros, através da qual os veículos eram capazes de se comunicar por meio da troca de informações. Dessa forma, se um caminhão fechasse uma via, por exemplo, os veículos ao redor receberiam os dados e mudariam de faixa automaticamente.
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