domingo, 29 de outubro de 2017

"Um retrato dramático do ensino", editorial do Estadão



SEGUNDO A AVALIAÇÃO NACIONAL DA 

ALFABETIZAÇÃO (ANA), MAIS DA METADE 

DOS ALUNOS AVALIADOS MOSTROU-SE INCAPAZ, 

MESMO TENDO PASSADO POR TRÊS ANOS DE 

ESCOLARIZAÇÃO, DE TER A PROFICIÊNCIA 

ESPERADA PARA SUA FAIXA ETÁRIA



Divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), os números da terceira edição da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) de 2016 são desalentadores, principalmente quando se consideram temas como o crescimento do País, a redução das desigualdades sociais e econômicas e a conquista de melhores padrões de bem-estar. A avaliação consiste em duas provas – uma de leitura e escrita e outra de matemática – que foram aplicadas em 14 e 15 de novembro de 2016 a 2,1 milhões de alunos de 48 mil escolas da rede pública de ensino fundamental.
Aprovado em 2014, o Plano Nacional de Educação prevê a alfabetização de todas as crianças até o final do terceiro ano desse ciclo educacional. O que as autoridades educacionais esperam desses alunos é que eles sejam capazes de entender o sentido dos verbos, reconhecer participantes de diálogos em entrevistas ficcionais e reconhecer a relação de tempo em verbos. 
O resultado da avaliação é assustador, mostrando que o Brasil continua perdendo a corrida educacional, dado o fosso entre essas metas e a dramática realidade do ensino fundamental oferecido pelo poder público às novas gerações. Segundo a ANA, mais da metade dos alunos avaliados – dos quais 90% eram crianças de oito anos de idade – mostrou-se incapaz, mesmo tendo passado por três anos de escolarização, de ter a proficiência esperada para sua faixa etária. Os números mostram que não sabem localizar, ler e compreender informações constantes de textos de literatura infantil, de entender anedotas desenhadas em tirinhas e de realizar as operações aritméticas mais simples, como soma e subtração. 
Mais grave ainda, os níveis de alfabetização desses estudantes está estagnado no mesmo padrão de insuficiência de dois anos atrás. Em matemática, por exemplo, 54,5% dos estudantes do terceiro ano do ensino fundamental revelaram baixo nível de proficiência em 2016, ante 57% na segunda edição da ANA, que foi realizada em 2014.
Eles não conseguem nem mesmo ler horas num relógio analógico, nem somar duas parcelas. Em leitura, 54,7% das crianças revelaram baixo nível de proficiência no ano passado, ante 56,1% na avaliação de dois anos atrás. E, em escrita, 34% dos alunos avaliados mostraram não saber redigir corretamente palavras com diferentes estruturas silábicas.
Já o número de alunos que demonstraram capacidade considerada suficiente de leitura passou de 43,83% para 45,27% do total de matriculados no terceiro ano do ensino fundamental. Em matemática, o número de alunos com proficiência adequada para a faixa etária passou de 42,93% para 45,53%, entre 2014 e 2016.
Na prova que avalia o desempenho na escrita, um terço dos alunos do terceiro ano mostrou desempenho insuficiente. O quadro também é desolador em termos de comparação regional. A avaliação mostrou que, nas Regiões Norte e Nordeste, 70,21% e 69,15% dos estudantes, respectivamente, têm nível insuficiente em leitura. Nas Regiões Sudeste e Sul, os números são de 43,69% e 44,92%, respectivamente. 
Resultantes de décadas de políticas marcadas por prioridades equivocadas e orientação populista, que arrasaram a rede pública de ensino fundamental, os números da terceira edição da ANA voltam a mostrar um grave gargalo do sistema educacional brasileiro. Deixam claro que, nos anos seguintes ao terceiro ano do ensino fundamental, esses estudantes com baixíssimo nível de proficiência em escrita, leitura e matemática não terão preparo e habilidades básicas para aprender outras disciplinas, como química, física, biologia e estatística.
Esses estudantes não terão a formação necessária para romper o círculo vicioso do atraso cultural, da desigualdade socioeconômica e da pobreza, nem para dotar o País do capital humano de que ele tanto necessita para retomar o crescimento e passar a níveis mais sofisticados de produção. 

sábado, 28 de outubro de 2017

E SE A DIREITA AGISSE COMO A ESQUERDA AGIU CONTRA O FILME DE OLAVO DE CARVALHO? Flavio Morgenstern27/10/2017


A esquerda censurou com violência a exibição de "O Jardim das Aflições". Se fosse a direita, só se falaria de intolerância, ódio, ditadura...
A exibição do filme O Jardim das Aflições, sobre o filósofo Olavo de Carvalho, acabou em violência na UFPE. Grupos extremistas de esquerda fecharam os corredores do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), agredindo quem tentasse ver o documentário ou sair da exibição. Ameaças contra a direita logo viraram agressão.
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Jornais foram claros em sua narrativa sobre os fatos: não é que grupos de extrema-esquerda, incluindo pessoas com camisetas de partidos que pregam a revolução armada como o PCO, estavam gritando ameaças para o público do filme (como “Recua, direita, recua! É o poder popular na rua!”), e sim que houve um “confronto” entre grupos “ideologicamente distintos”.
Um jornal local chegou a afirmar que o público do filme “estava munido de oquetes” (sic) e que os militantes do PCO, coitados, “se revoltaram” com tamanha violência. O exato oposto do que vemos nos vídeos.
É curioso como qualquer menção à direita no Brasil é sempre carregada nas tintas, inclusive com marcações de ideologia (“o filósofo conservador Olavo de Carvalho…”), enquanto toda a esquerda, sobretudo quando pratica atos de violência, corrupção, vandalismo, agressão, censura, repressão e perseguição é sempre amenizada às raias do ridículo.
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A exibição de O Jardim das Aflições é um caso claro: a esquerda quis censurar um filme. Este é o fato. Mas não vemos as palavras de sempre na grande mídia, de “intolerância” a “discurso de ódio”, para uma censura que envolveu ameaça e agressões físicas. Nem sequer vemos os agentes sendo delimitados: não se fala em “grupos de esquerda”: parece que foram pessoas aleatórias, o próprio “povo”, que resolveu censurar um filme.
A produção cultural dita “conservadora” é incipiente no país. Um filme como O Jardim das Aflições é um acontecimento por si: não apenas pela qualidade intrínseca do filme, mas simplesmente por existir.
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Não houve debate, não houve crítica, não houve resenha negativa, nada: apenas vimos um grupo de esquerda ameaçando fisicamente quem tentasse ver um filme (podemos presumir que seus argumentos contra o que foi apresentado não passem de proibir que se veja no muque).
Imagine-se se a direita, uma única vez, agisse com tal truculência contra a esquerda? Ou melhor: nem com ameaças e agressões físicas. Simplesmente se fechasse um corredor gritando que algo não deve ser exibido.
É fácil já antever os colunistas da Folha em uníssono reclamando do clima de intolerância que grassa no país. Leandro Karnal e Mário Sérgio Cortella (e aquele terceiro que ninguém lembra o nome) fariam comparações com a ditadura militar, o nazismo e a Inquisição. O Encontro, com Fátima Bernardes, faria um “estudo” com um rapper, uma feminista lacradora e uma mãe-de-santo sobre o discurso de ódio na internet. A Globo News faria um especial sobre a intolerância. As capas de Galileu e Superinteressante lacrariam dizendo que a ditadura voltou. A Veja falaria sobre a “Ameaça da extrema-direita”. Por anos, sempre que algo de ruim da esquerda fosse lembrado, alguém lembraria de volta: “Mas e a direita, que quer censurar violentamente?” Palavras fortes, cheias de sufixos como -fobia -ismo seriam marteladas com força em todo telejornal nos próximos dias. A idéia de que a ditadura militar voltou seria o monotema do país.
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Como é a esquerda censurando, perseguindo, agredindo, pregando ódio, praticando intolerância, ameaçando, deixando o público sangrando, reprimindo, tudo não passa de um “confronto”. Até se fala em inexistentes “soquetes”, embora a investigação posterior não tenha encontrado nenhum (mas o jornal não use subjuntivo, e deixe a informação já no primeiro parágrafo, como justificativa à “revolta” do PCO).
Note-se novamente: O Jardim das Aflições é fenômeno quase único. Não há meia dúzia de filmes nos cinemas que possam ser chamados “de direita”. A esquerda não permite um único filme conservador (Polícia Federal – A lei é para todos, é um filme anti-corrupção, e se a esquerda não gosta, pode-se descobrir muito sobre ela com isso).
Se a esquerda tem a hegemonia no cinema, acha que um único filme vai destruir suas pretensões de doutrinação completa, só se pode crer que está absolutamente certa. Afinal, essa hegemonia transborda justamente quando a grande e velha mídia morre de medo de falar que a esquerda está censurando um simples documentário exibido em um auditório em uma Universidade em Pernambuco.
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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

EXIBIÇÃO DE “O JARDIM DAS AFLIÇÕES” É VIOLENTAMENTE REPRIMIDA NA UFPE Flavio Morgenstern27/10/2017

Filme "O Jardim das Aflições", sobre o filósofo Olavo de Carvalho, é censurado com violência física por ativistas de extrema-esquerda na UFPE.
Uma exibição do documentário O Jardim das Aflições, sobre o filósofo Olavo de Carvalho (ouça nosso podcast sobre o filme), foi violentamente reprimida na UFPE. Grupos de extrema-esquerda, que exigem a censura do filme para que a população não tenha acesso à obra, ameaçou o diretor Josias Teófilo e o público no local.
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Entre os presentes, relatos de um cenário de guerra no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFPE. Com relatos de pedras atiradas, há fotos de pessoas com o rosto sangrando no ambiente da faculdade.
Os gritos dos ativistas de extrema-esquerda variam de “Fora Temer” (sic) e “Recua, direita, recua! É o poder popular que tá na rua” ao clichê “Fascistas, fascistas, não passarão”. Em uma live transmitida no Facebook, Josias Teófilo mostra que estava sozinho, enquanto grupelhos extremistas de esquerda exigem que ele pare de filmar ou perguntam “Cadê os capanga?” (sic) para o diretor. Alguns trajavam camisetas de partidos trotskystas que pregam a revolução armada como o PCO.
Josias ainda pede ao seu próprio público para ter calma e não responder às provocações dos ativistas extremistas, além de pedir para seu público não sair pelo mesmo corredor onde estava a militância de esquerda.
Repentinamente, militantes neuróticos tentam invadir o auditório onde o filme seria exibido e passam a atacar o público, impedindo que se saia do local de exibição, pois “violência não vai ajudar ninguém”. Os grupos de extrema-esquerda continuaram com a ameaça exigindo o “recuo”.
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Quem seguiu o caminho “normal” através do corredor polonês foi fisicamente agredido pelos grupos de esquerda. Quase literalmente o Jardim das Aflições.
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Sem surpresa, a grande e velha mídia relata o caso como um “confronto” entre grupos ideológicos diferentes, embora os vídeos mostrem provocações e ameaças de violência vindas de apenas um lado (por mais que algumas pessoas de direita, digamos, “furem o bloqueio”, apenas seguiam seu direito de trânsito livre, ainda que sem seguir os pedidos de acatar o “recuo” pedidos por Josias Teófilo). E sempre marcando Olavo de Carvalho como um “filósofo conservador”, sem nenhuma marca de distinção para os grupos militantes.
O filme O Jardim das Aflições continua apenas nesta semana à venda por streaming, e pode ser adquirido com making of neste link, assim como numa versão estendida, com mais de 12 extras, incluindo e-book e um curso exclusivo de Olavo de Carvalho por este link. Apenas nesta semana.
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