Mas o Brasil é cafona. Ou brega, graças a Deus. Que Deus salve a nossa breguice. Além de Reginaldo, tivemos o grande Maurício Reis, além de Fernando Lélis, sem falar no próprio Waldick Soriano que foi achincalhado pela mídia da época, sobrevivendo cantando em pequenas cidades do interior e em circos, e, claro vendendo discos.
Aliás, nossa música brega tem muito a ver com o romantismo latino. Quem tem ou já teve dor de corno não vai ouvir Chico Buarque, Tom Jobim, ou mesmo Caetano Veloso. Claro, estes caras gravaram exceções. Caetano só fez mais sucesso ao gravar Peninha e Fernando Mendes. Houve um evento musical universitário na década de setenta, que não lembro o nome, no qual Odair José foi massivamente vaiado. Logo Caetano interviu e foi calorosamente aplaudido. Mas na verdade todos gostam de música brega.
É uma pena a perda de Reginaldo. Um recifense que viveu uma vida intensa e boêmia. Viveu sendo reconhecido pela mídia, inclusive a do sul maravilha. Tinha um jeito de falar engraçado, e certamente bebeu todas. E em todos os bares da sua cidade querida. Eu mesmo quando bebo, só ouço música brega. Viva Reginaldo e todos os cornos do Brasil! Existe alguém mais apaixonado do que um corno legítimo? Como disse o genial Maurício Reis que ao pegar no "fraga" alguém, beijando sua amada, indagou: "com que cara eu vou lhe dar o meu perdão?" Mais corno não existe. Como diria Nélson Rodrigues, o verdadeiro amor e fidelidade é o do traído. Alguém discorda?
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