sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Câmara Cascudo - uma conversa sobre a cultura popular


Câmara Cascudo - uma conversa sobre a cultura popular


Câmara Cascudo, por William
"Sou um homem que não desanimou de viver e acho a vida cheia de encantos."
- Câmara Cascudo


"Creio na bondade sem a garantia prévia da gratidão. Sem que se assegure da memória devedora. Sem que se estabeleça, pelo ato generoso, uma servidão vitalícia no beneficiado. Bondade paga-se no puro e simples ato de sua realização. Como um fruto justifica a existência útil da árvore. Bondade antevendo a recompensa é apólice de sociedade mutualista rendendo do capital intocável do favor inicial. Os pássaros não são devedores dos frutos e da água da fonte. Eles testificam, perante a natureza, a continuidade da missão cultural."
- Câmara Cascudo, em "O Tempo e Eu", Natal: UFRN/Imprensa Universitária, 1968.

Câmara Cascudo
Luís da Câmara Cascudo (Natal RN 1898 - idem 1986). Folclorista, professor, historiador e jornalista. Filho do coronel Francisco Justino de Oliveira Cascudo (1863 - 1935) e de Anna da Câmara Cascudo. Inicia a carreira jornalística em 1918, assinando a coluna Bric-à-Brac do jornal A Imprensa, administrado por seu pai. Forma-se na Faculdade de Direito do Recife em 1928, e trabalha como professor de história do Colégio Atheneu Norteriograndense. Em 1934, torna-se sócio-correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB e escreve numerosos artigos para as revistas publicadas pelo instituto. Funda a Sociedade Brasileira de Folclore em 1941. Dois anos depois, a convite do poeta Augusto Meyer (1902 - 1970), diretor do Instituto Nacional do Livro - INL, começa a redigir o Dicionário do Folclore Brasileiro, importante obra de referência, lançada em 1954. Nas décadas de 1950 e 1960, é responsável pela organização de diversas coletâneas de textos históricos, etnográficos e sobre os mitos folclóricos nacionais. Assume o cargo de professor catedrático de direito internacional público da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, em 1961. Em viagem pela África, em 1963, visita Angola, Guiné, Congo, São Tomé, Cabo Verde e Guiné-Bissau, onde coleta informações utilizadas nos livros A Cozinha Africana no Brasil, de 1964, e História da Alimentação no Brasil, publicado em dois volumes em 1967 e 1968.


"É evidente que somos bem pouco, muito pouco felizes com a espantosa aparelhagem possuída para fazer-nos conhecer a terra, céu e mar. A vida tornou-se febril e nas cidades grandes são anfiteatros onde o homem se debate, sofrendo como se fosse submetido a uma vivisseção. Os complexos tradicionais de “amigo”, “compadre”, “companheiro” sofrem restrições calamitosas e vão cedendo à maré montante dos interesses crescentes. Vivemos sob o signo da angústia. Angústia significa justamente o nosso estado de compressão, opressão mental, asfixia econômica, hostilidade ambiental."
- Câmara Cascudo , em "Canto de Muro". Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1959.


"Eu sou apenas uma célula, uma pequenina célula que procura ser útil na fidelidade da função."
- Câmara Cascudo


LUÍS DA CÂMARA CASCUDO, POR ELE MESMO
Câmara Cascudo
Nasci na rua das Virgens e o padre João Maria batizou-me no Bom Jesus das Dores, Campina da Ribeira, capela sem torre mas o sino tocava as Trindades ao anoitecer. Criei-me olhando o Potengi, o Monte, os mangues da Aldeia Velha onde vivera, menino como eu, Felipe Camarão. Havia corujas de papel no céu da tarde e passarinhos nas árvores adultas (...). Natal de 96 lampeões de querosene. Santos Reis da Limpa em janeiro. Santa Cruz da Bica em maio. Senhora d’Apresentação em novembro. Farinha de castanha e carrossel. Xarias e Canguleiros. (...). Tinha 13 anos quando veio a luz elétrica. Festas no Tirol. Violão de Heronides França. Livros. Cursos. Viagens. Sertão de Pedra e Europa.

Nunca pensei em deixar a minha terra.

Queria saber a história de todas as cousas do campo e da cidade. Convivência dos humildes, sábios, analfabetos, sabedores dos segredos do Mar das Estrelas, dos morros silenciosos. Assombrações. Mistérios. Jamais abandonei o caminho que leva ao encantamento do passado. Pesquisas. Indagações. Confidências que hoje não têm preço. Percepção medular da contemporaneidade.

Nossa casa hospedou a Família Imperial e Fabião das Queimadas, cantador que fora escravo. (...) Filho único de chefe político, ninguém acreditava no meu desinteresse eleitoral. Impossível para mim dividir conterrâneos em cores, gestos de dedos, quando a terra é uma unidade com sua gente. (...) Dois homens quiseram fixar-me fora de Natal: Getúlio Vargas no Rio de Janeiro e Agamenon Magalhães, no Recife. Jamais os esquecerei porque nada pedira. Alguém deveria ficar estudando o material economicamente inútil. Poder informar dos fatos distantes na hora sugestiva da necessidade.

Fiquei com essa missão.

Andei e li o possível no espaço e no tempo. Lembro conversas com os velhos que sabiam iluminar a saudade. Não há recanto sem evocar-me um episódio, um acontecimento, o perfume duma velhice. Tudo tem uma história digna de ressurreição e de uma simpatia. Velhas árvores e velhos nomes, imortais na memória.

Em 1946 fiz parte de uma comissão enviada pelo Ministério das Relações Exteriores ao Uruguai. Éramos três: Aluísio de Castro, Angione Costa e eu, único sobrevivente. Voltando, contou-me Aluísio de Castro que Afrânio Peixoto (escritor baiano), sabendo da expedição cultural, dissera num leve riso: "E ele deixou o Rio Grande do Norte? Câmara Cascudo é um provinciano incurável!".

Encontrara meu título justo, real e legítimo.

Provinciano incurável! Nada mais.
- Em "A Província", edição comemorativa aos seus setenta anos de idade e cinqüenta de atividade literária.
Câmara Cascudo em sua biblioteca escrevendo
"A biblioteca é a minha Babilônia. E nela todos os volumes me interessam. Cada livro que leio – ou releio – me fascina. Mas a leitura é um hábito. Só a repetição traz o costume, o prazer."
- Câmara Cascudo, citado em "O Colecionador de Crepúsculos". [Barreto, Anna Maria Cascudo].

CRONOLOGIA DE VIDA E OBRA DE LUÍS DA CÂMARA CASCUDO
Câmara Cascudo - menino.
1898 - Nasce em 30 de dezembro, em Natal
1910 - Publica artigos na revista Centro Polymathico
1918 - Inicia seu trabalho na imprensa com crônicas no jornal A Imprensa, dirigido e administrado por seu pai, e escreve na coluna Bric-à-Brac até 1924.
1922 - Colabora nas revistas Fon-Fon e Brasil, e estuda a língua inglesa para se dedicar a leituras de relatos de viagens realizadas na África e na Ásia.
1928 - Conclui o curso de direito na Faculdade de Direito do Recife. É nomeado professor de história do Colégio Atheneu Norteriograndense. Realiza expedição à Praia dos Touros, no Rio Grande do Norte, e publica o relato na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. É responsável pela coluna diária Acta Diurna no jornal República e escreve poesias na Revista de Antropofagia.
1930 - Publica artigos na Revista Nova.
1934 - É admitido como sócio-correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB.
1935 - É colaborador das revistas dos institutos históricos de Pernambuco e do Amazonas.
1936 - Publica uma série de artigos sobre a cultura indígena na Revista Panorama.
1937 - Escreve crônicas em O Jornal, de Funchal, Ilha da Madeira, Portugal.
1939 - Colabora na revista Nordeste, dirigida pelo poeta Tasso da Silveira (1895 - 1968), e no Caderno Hora Presente, editado em São Paulo.
 1941 - Funda, em Natal, a Sociedade Brasileira de Folclore.
1942 - Edita pela Editora Nacional a tradução do livro Travels in Brasil (Viagens ao Nordeste do Brasil), escrito pelo inglês Henry Koster (1793 - 1824).
Câmara Cascudo, colação de grau na Faculdade
de Direito de Recife 
em 1928
1943 - Por encomenda do poeta Augusto Meyer (1902 - 1970), então diretor do Instituto Nacional do Livro - INL, começa a redigir o Dicionário do Folclore Brasileiro.
1944 - Organiza os livros Antologia do Folclore Brasileiro e Os Melhores Contos Populares de Portugal.
1946 - É responsável pela organização da antologia Contos Tradicionais do Brasil.
1947 - Integra com Renato Almeida (1895 - 1981) e Luís Heitor Correia de Azevedo (1905 - 1992) a delegação brasileira enviada a Lisboa para o 1º Congresso Luso-Brasileiro de Folclore. Representa o Brasil no Congresso da Comissão Internacional de Artes e Tradições Populares, realizado em Paris, e assume a vice-presidência da instituição.
1948 - Ganha o título de Historiador da Cidade de Natal.
1949 - Recebe o Prêmio João Ribeiro, da Academia Brasileira de Letras – ABL.
1950 - Homenageado pelo Exército com aMedalha do Pacificador.
1954 - Organiza as antologias Contos de Encantamento, Contos Exemplares e No Tempo em que os Bichos Falavam.
1955 - Organiza a antologia Trinta "Estórias" Brasileiras.
1956 - A ABL lhe concede o Prêmio Machado de Assis.
1959 - É nomeado pelo governador Dinarte Mariz (1903 - 1984) para o cargo de terceiro consultor-geral do Rio Grande do Norte.
1960 - Torna-se sócio honorífico da American Folk-Lore Society, e é eleito membro da Societé Suisse des Américanistes, instituição sediada em Genebra, Suíça. Participa do 1º Congresso Brasileiro de Crítica e História Literária, realizado no Recife. Rejeita sua indicação para a ABL.
1961 - Assume o cargo de professor catedrático de direito internacional público da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e se aposenta em 1967.
1963 - Realiza viagem para a África, e passa por diversos países - Angola, Guiné, Congo, São Tomé, Cabo Verde e Guiné-Bissau - para coletar informações posteriormente utilizadas no livro História da Alimentação no Brasil, publicado em dois volumes, respectivamente em 1967 e 1968.
Câmara Cascudo
1964 - É eleito sócio-correspondente da Academia de Ciências de Lisboa.
1970 - É agraciado com o Prêmio Brasileiro de Literatura pela Fundação Cultural do Distrito Federal.
1972 - Recebe o Prêmio Literário Hennig Albert Boilesen.
1977 - Concede entrevista à Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos e fala sobre suas pesquisas e o encerramento do período de colaboração em jornais. É homenageado com oTroféu Juca Pato de intelectual do ano.
1983 - A Fundação Nacional de Artes - Funarte, por meio do Instituto Nacional do Folclore, cria o Prêmio Câmara Cascudo. Recebe a Medalha Peregrino Júnior, conferida pela União Brasileira de Escritores.
1984 - É agraciado com a Medalha de Mérito Massangana, concedida pelo Instituto Joaquim Nabuco de Ciências Sociais.
1986 - Morre em 30 de julho, na cidade de Natal.

"O vício da literatura grego-latina vacinou-me contra as ditaduras mentais contemporâneas."
- Câmara Cascudo


Câmara Cascudo - "Reminiscências"

"Se da Universidade não parte a valorização humana da ciência adquirida e sua aplicação nobre e digna, então está jurando solidariedade e aliança-cúmplice com todos os elementos que anoitecem o mundo e espalham, na amplidão das cidades e dos campos, a imutabilidade do signo da Angústia, da Insatisfação, do Desalento, do Pessimismo, desfibrador e responsável por tantos males e maremotos sociais. Uma Universidade é plasmadora de Culturas em defesa ascencional da Civilização."
- Câmara Cascudo, em "Universidade e Civilização".

Câmara Cascudo, por Erick de Lima
"O charuto é quase uma extensão do meu rosto. Este é um dos meus vícios, é vício confessável, exibido. Um bom charuto é um prazer cotidiano, mágica fumaça consoladora."
- Câmara Cascudo 

OBRAS PUBLICADAS DE CÂMARA CASCUDO - PRIMEIRAS EDIÇÕES
Livros
Antropologia, Etnografia, Folclore e sociologia
Santos Eu o Povo Canonizou. s.d.
Vaqueiros e Cantadores. Porto Alegre: Editora Globo 1939, 274 p; São Paulo: Itatiaia, 1984; São Paulo: Global Editora, 2005 357 p.
Informação Histórica e Etnográfica. Recife: Of. de Renda, Priori e Cia, 1940. 211 p.
Sociedade Brasileira de Folclore. 1942.
Antologia do Folclore Brasileiro. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1944. 2 volumes. 502 p.
Lendas Brasileiras. [21 Histórias criadas pela imaginação de nosso povo]. Rio de Janeiro: Leo Jerônimo Schidrowitz, 1945. (Confraria dos Bibliófilos Brasileiros Cattleya Alba). 89 p.
Contos tradicionais do Brasil: confronto e notas. [Coleção Joaquim Nabuco nº 8]. Rio de Janeiro, Editora Ediouro, 1946, 405 p.
Festas e tradições populares. Rio de Janeiro: Briguiet, 1946, 551 p.
Geografia dos Mitos Brasileiros. [Coleção Documentos Brasileiros , vol. 52]. Rio de Janeiro: Editora José Olímpio, 1947, 467 p.
O Homem de Espanto. Natal: Galhardo, 1947. 204 p.
Consultando São João. 1949.
Anubis e Outros Ensaios. Editora O Cruzeiro, 1951, 281p.; 2ª edição, Funarte/UFRN, 1983.
Meleagro: Depoimento e Pesquisa sobre a CAPH/USP CAPH/USP Magia Branca no Brasil. Editora Agir, 1951, 196 p.; 2ª edição, Rio de Janeiro, 1978.
História da Imperatriz Porcina. [Crônica de uma novela do século XVI, popular em Portugal e Brasil]. Lisboa: Edições de Álvaro Pinto, Revista Ocidente, 1952. 83 p.
Literatura Oral no Brasil. [Coleção Documentos Brasileiros, vol. 6 da História da Literatura Brasileira]. Editora José Olímpio, 1952, 465 p.
Cinco Livros do Povo: introdução ao Estudo da Novelística no Brasil. [Coleção Documentos Brasileiros, Vol. 72]. Editora José Olympio, 1953, 449 p.; 2ª edição, ed. Univ. UFPB, 1979.
Antologia de Pedro Velho de Albuquerque Maranhão. Natal: Departamento de Imprensa, 1954. 250 p.
Dicionário do Folclore Brasileiro. Instituto Nacional do Livro, INL, Rio de Janeiro, 1954, 660 p.
Contos de Encantamento. Salvador: Ed. Progresso, 1954. 124 p.
Contos Exemplares. Salvador: Ed. Progresso, 1954. 91 p.
Trinta “estórias” brasileiras. Lisboa: Editora Portucalense, 1955. 170 p.
Tradições Populares da Pecuária Nordestina. MA-IAAA, nº 9, Rio de Janeiro, 1956.
Jangada: Uma Pesquisa Etnográfica. [Coleção Vida Brasileira]. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, Serviço de Documentação, 1957, 181 p.
Jangadeiros. [Documentos Vida Rural, 11]. Serviço de Documentação Agrícola, Brasil, 1957, 60 p.
Superstições e Costumes. (Pesquisas e notas de etnografia brasileira).  Editora Antunes e Cia, Rio de Janeiro, 1958, 260 p.
Rede de Dormir: Uma Pesquisa Etnográfica. [Coleção Vida Brasileira, 16]. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, Serviço de Documentação, MEC, 1959, 242 p.
Grande Fabulário de Portugal e do Brasil. [Autores: Câmara Cascudo e Vieira de Almeida]. 2 volumes, Lisboa: Fólio Edições Artísticas, 1961.
Paliçadas e gases asfixiantes entre indígenas da América do Sul. Nordenskiold, Erland. [Introdução e notas]. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1961. 56 p.
Dante Alighieri e a Tradição Popular no Brasil. PUC/RS, Porto Alegre, 1963, 326 p.
Motivos da Literatura Oral da França no Brasil. 1964.
Made in África. [Pesquisas e Notas]. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1965. (Perspectivas do Homem, 3). 193 p.
Flor de Romances Trágicos. Rio de Janeiro: Livraria Editora Cátedra, 1966, 188 p.
Voz de Nessus. Inicial de um Dicionário Brasileiro de Superstições. Departamento de Cultura da UFPB, 1966, 108 p.
Folclore do Brasil. Fundo de Cultura, Rio de Janeiro, 1967.
Mouros, Franceses e Judeus. [Três presenças no Brasil]. Rio de Janeiro: Editora Letras e Artes, 1967. 154 p.
História da Alimentação no Brasil. [coleção Brasiliana 322 e 323]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1º volume, 1967. 396 p.; 2º volume, 1968. 539 p.
Coisas que o Povo diz. Rio de Janeiro: Edições Bloch, 1968. 206 p.
Prelúdio da Cachaça. [Etnografia, História e Sociologia da Aguardente do Brasil]. Rio de Janeiro: Instituto do Açúcar e do Álcool, 1968. 98 p.
A Vaquejada Nordestina e sua Origem. Recife: Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais – IJNPS/MEC, 1969. 60 p.
Pequeno Manual do doente aprendiz. [notas e maginações]. Editora Universitária, UFRN, 1969, 109 p.
Gente Viva. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 1970, 189 p.
Locuções Tradicionais do Brasil. Recife: Editora Universitária, 1970, 237 p.
Ensaios de Etnografia Brasileira; pesquisa na cultura popular do Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, INL, 1971, 194 p.
Sociologia do Açúcar; pesquisa e dedução. [Coleção Canavieira n. 5]. Rio de Janeiro: MIC, Serviço de Documentação do Instituto do Açúcar e do Álcool, 1971, 478 p.
Tradição, Ciência do Povo. [pesquisas na cultura popular do Brasil]. São Paulo: Editora Perspectiva, 1971. 195 p.
Ontem. [maginações e notas de um professor de província]. Natal: Editora Universitária, 1972. 257 p.
Civilização e Cultura. [pesquisas e notas de etnografia geral]. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1973. 741 p.
Prelúdio e Fuga do Real. Natal: Fundação José Augusto, 1974, 384 p.
Religião no povo. João Pessoa: Imprensa Universitária, 1974, 194 p.
Folclore. Recife: Secretaria de Educação e Cultura, 1975. 62 p.
História dos nossos gestos. [uma pesquisa da mímica no Brasil]. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1976, 252 p.
Mitos brasileiros. Cadernos de Folclore n. 6, MEC, 1976.
Antologia da alimentação no Brasil. Livros Técnicos e Científicos, 1977, 254 p.
Mouros e Judeus. Depto. de Cultura, Recife, 1978.
Superstição no Brasil. (Superstições e Costumes, Anúbis e outros ensaios, Religião no Povo). [Coleção Reconquista do Brasil]. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo, EDUSP, 1985, 443 p.
Os compadres corcundas e outros contos brasileiros. [Leituras Fora de Série]. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997, 123 p.
Contos tradicionais do Brasil para jovens. São Paulo: Global Editora, 2006, 125 p.
Lendas brasileiras para jovens. 2ª. ed. São Paulo: Global Editora, 2006, 126 p.
Vaqueiros e Cantadores para jovens. São Paulo: Global Editora, 2010, 142 p.

Câmara Cascudo, por Ivan Cabral
Memórias
O tempo e eu; Confidencias e proposições. Imprensa Universitária. UFRN, 1968, 338 p.
Na ronda do tempo. [Diário de 1969]. Natal: Editora Universitária, 1971. 168 p.

Biografias
O Livro dos Patronos. s.d.
López do Paraguai. Editora Typ. d’A República, 1927, 114 p.
Conde d'Eu. [Coleção Brasiliana nº 11]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1933. 166 p.
Em Memória de Stradelli (1852-1926). Manaus: Livraria Clássica, 1936. 115 p.
Doutor Barata, Político, Democrata e Jornalista. Bahia: Imprensa Oficial do Estado, 1938. 68 p.
O Marquês de Olinda e Seu Tempo (1793-1870). [Coleção Brasiliana nº 107]. Editora Nacional, São Paulo, 1938, 348 p.
História de um Homem: João Severiano da Câmara. Departamento de Imprensa, Natal, 1954, 138 p.
Vida de Pedro Velho. Departamento de Imprensa, Natal, 1956.
Vida Breve de Auta de Souza. Imprensa Oficial, Recife, 1961, 156 p.
Nosso Amigo Castriciano, 1874-1947. [reminiscências e notas]. Recife: Imprensa Universitária, 1965. 258 p.
Jerônimo Rosado (1861-1930): Uma ação brasileira na província. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1967. 220 p.

Crítica literária
Alma Patrícia, Crítica e Literatura. Atelier Typ. M. Vitorino, 1921.
Joio: Páginas de Literatura e Crítica. Of. Graph. d’A Imprensa, Natal -Jun., 1924.
Canto de Muro, romance de costumes. Editora José Olympio, 1959, 266 p.
Três ensaios franceses. [Motivos da Literatura Oral da França no Brasil]. Recife: [s.ed.], 1964. 66 p.; Natal: Fundação José Augusto, 1977. 84 p.

História e geografia
Desenho de Câmara Cascudo, por Carlos Lyra
História do Município de Ceará-Mirim. s.d.
História do Rio Grande do Norte para as Escolas. s.d.
História da Carnaúba. s.d.
Nomes de Ruas e Praças da Cidade de Natal. s.d.
Histórias que o Tempo Leva. Ed. Monteiro Lobato, S. Paulo, (out. 1923), 1924.
O Homem Americano e Seus Tempos. Editora Imprensa Oficial, Natal, 1935, 113 p.
A Intencionalidade do Descobrimento do Brasil. 1935.
O Mais Antigo Marco Colonial do Brasil. 1934.
O Brasão Holandês do Rio Grande do Norte. 1936.
Governo do Rio Grande do Norte. [Cronologia dos capitães-mores, presidentes provinciais...]. Natal: Livraria Cosmopolita, 1939. 234 p.; Edição Mossoró: ESAM, 1989. (Coleção Mossoroense, Série C, Volume DXXVI).
História da Cidade de Natal. Prefeitura Municipal de Natal, 1947, 411 p.
Geografia do Brasil Holandês. [Coleção Documentos Brasileiros, V. 79]. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1956, 303 p.
Os Holandeses no Rio Grande do Norte. Depto. Educação, Natal, 1949, 72 p.
História do Rio Grande do Norte. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, Serviço de Documentação, MEC, 1955. 524 p.
Notas e Documentos para a História de Mossoró. [Coleção Mossoroense, série C, 2], Natal: Departamento de Imprensa, 1955, 254 p.
Notícia Histórica do Município de Santana de Matos. Natal: Departamento de Imprensa, 1955. 139 p.
Ateneu Norte-Rio-Grandense. [Pesquisa e notas para sua história]. Coleção Juvenal Lamartine, Imprensa Oficial, Natal, 1961, 65p.
Dois Ensaios de História. [A intencionalidade do descobrimento do Brasil. O mais antigo marco de posse]. Imprensa Oficial, Natal, 1933/1934.  Natal: Imprensa Universitária, 1965, 83 p.
História da República no Rio Grande do Norte. [Da propaganda à primeira eleição direta para governador]. Edições do Val, Rio de Janeiro, 1965, 306 p.
Nomes da Terra: Geografia, História e Toponímia do Rio Grande do Norte. Fundação José Augusto, Natal, 1968, 321 p.
Uma História da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte. [conclusões, pesquisas e documentários]. Natal: Fundação José Augusto, 1972, 487 p.
Movimento da Independência no Rio Grande do Norte. Natal: Fundação José Augusto, 1973, 165 p.
O Livro das velhas figuras(6 vols). Inst. Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e, Fundação José Augusto, 1º, 1974; 2º, 1976; 3º, 1977; 4º, 1978; 5º, 1981; 6º, 1989.
Mossoró, Região e Cidade. [Coleção Mossoroense, 103]. Natal: Ed. Universitária, 1980, 164 p.
Notícia sobre dez municípios potiguares. [Coleção Mossoroense, Série C, Volume 1001]. Mossoró: ESAM, 1998, 55 p.
No caminho do avião... Notas de reportagem aérea (1922-1933). Natal: EDUFRN - Editora da UFRN, 2007.
A Casa de Cunhaú. (História e Genealogia). Brasília: Edições do Senado Federal, Volume 45, 2008, 179 p.

Relatos de viagens
Viajando o Sertão. Editora Imprensa Oficial, Natal, 1934.
Em Sergipe del Rey. Aracajú: Edição Movimento Cultural de Sergipe, 1953, 106 p.
O Príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied no Brasil (1815-1817). Rio de Janeiro: Editora Kosmos, 1977. 179 p. 

Antologia
Seleta, Luís da Câmara Cascudo. (org.) COSTA, Américo de Oliveira. Editora José Olympio, Rio de Janeiro, 1967; 2ª ed.1972.

Câmara Cascudo, por Biratan
Seleção e Organização
Versos (Lourival Açucena). [Org. e anotações]. Typ. A República, Natal, 1927, 71 p.
Os melhores contos populares de Portugal. [Seleção e estudo]. Rio de Janeiro: Editora Dois Mundos, 1944. [Coleção Clássicos e Contemporâneos nº 16]. 277 p.
Poesia. Barbosa, Domingos Caldas. [Compilação]. Rio de Janeiro: Editora Agir, 1958. Coleção Nossos Clássicos, 16. 109 p.

Traduções realizadas por Câmara Cascudo
KOSTER, Henry. Viagens ao Nordeste do Brasil. [Tradução]. São Paulo: Editora Nacional, 1942.
HARTT, Charles Frederick. Mitos Amazônicos da Tartaruga. [Tradução e notas]. Recife: Arquivo Público Estadual, 1952. 69 p.
ALLÉGUÉDE, Bernard. Contes traditionnels du Brésil. [Tradução]. Paris: G. P. Maisonneuve et Larose, 1978, 255 p.

"O precioso da história contemporânea é a documentação para o futuro e não o juízo decisivo e peremptório. Todos os contemporâneos, para o bem e para o mal, são testemunhas de vistas, indispensáveis e ricas de notícia. Testemunhas e não juízes ou advogados. Todos testemunhas. O futuro estudará, confrontará e dará sentença. Muita gente pensa que a História é uma velhinha amável e covarde que aceita, por preguiça e senectude, as decisões dos contemporâneos. Todos nós julgamos escrever a História quando apenas escrevemos para a História."
- Câmara Cascudo, em "História da Cidade do Natal"

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