sábado, 26 de setembro de 2020

Vacina contra ditadura - Guilherme Fiuza

 

Vacina contra ditadura


Na ONU, Trump fez o que todo mundo com juízo deveria ter feito — e não fez, sabe-se lá por que mistério das escrituras empáticas. Guilherme Fiuza para a revista Oeste:


Donald Trump levantou suspeita contra a China na ONU. O presidente norte-americano aproveitou a Assembleia-Geral das Nações Unidas para reivindicar a responsabilização do governo chinês pelos danos planetários decorrentes da pandemia. Isso é um absurdo.

É um absurdo que só Trump tenha feito isso. O que houve com as democracias verdadeiras? Quem as amordaçou? Quem comprou o seu silêncio?

A ditadura chinesa é hoje o maior caso de sucesso da história do marketing mundial. Países e cidadãos supostamente livres — comprometidos cultural e institucionalmente com o valor da liberdade — paparicam o regime brutal da China. Seu capitalismo pirata, que não dá satisfação a ninguém sobre as regras básicas de direitos humanos e condições de produção, é saudado como locomotiva da modernidade do século 21. Contando ninguém acredita.

O presidente dos Estados Unidos da América está implicando com um regime comunista para criar uma batalha ideológica? Não. Ele está denunciando um regime ditatorial que escondeu a propagação de um vírus altamente contagioso nascido e criado em seu território. Um regime que só admitiu a existência desse vírus e a sua transmissão entre humanos quando o contágio já tinha ultrapassado as suas fronteiras — o que transformou um surto em pandemia. Um regime que censurou os que ousaram alertar a sociedade sobre o coronavírus — e assim transformou o mundo inteiro em vítima desse flagelo.

A China é o único dos grandes países com crescimento econômico em 2020. Impressionante. A China manda na Organização Mundial da Saúde. Vamos repetir: a ditadura chinesa, essa que escondeu um vírus novo e assim gerou uma pandemia, manda na Organização Mundial da Saúde. Da Saúde! E veio dessa magnífica referência a diretriz inédita e assombrosa de mandar a humanidade inteira se trancar em casa para fugir do vírus. O vírus ignorou o delírio totalitário e seguiu sua carreira normalmente.

Mas a principal arma das ditaduras não é a força. É a mentira. E os tarados do PCC e da OMS seguiram dizendo que a humanidade, ao renunciar à vida em sociedade, estava evitando o colapso hospitalar. Quando Nova York explodiu como foco principal da pandemia e os dados mostraram que a maioria dos internados vinha do confinamento — “Estou chocado”, disse o governador Andrew Cuomo, adepto do lockdown —, esse debate sumiu, com a mesma sutileza com que sumiu a médica chinesa de Wuhan responsável pela denúncia do primeiro surto de coronavírus. Ninguém sabe, ninguém viu. Na dúvida, fique em casa. Se puder, fique em casa.

Por quê? Porque a Lady Gaga mandou, depois de combinar um show com o Tedros Adhanom. Isto é ciência, como se diz nas seitas obscurantistas.

O perfil da campanha de Trump foi censurado nas redes sociais porque falou sobre a ocorrência quase nula da covid na infância. A Seita da Terra Parada checa e embarga qualquer informação que exponha a falta de critérios do lockdown. E ainda carimba como “desinformação”. Os Senhores da Verdade não admitem gracinhas fora da cartilha redentora. E dizem estar defendendo a democracia contra o fascismo.

Caro leitor: você tem certeza de que quer continuar brincando disso?

O presidente dos Estados Unidos não quer. Foi à Assembleia-Geral da ONU e botou o dedo na cara dos impostores. Não interessa quem é Trump ou qual é a cor da sua camisa. Interessa que ele fez o que todo mundo com juízo deveria ter feito — e não fez, sabe-se lá por que mistério das escrituras empáticas. A China propagou um vírus para o mundo, vendeu a paranoia de que a humanidade tem que viver entocada que nem rato e agora aparece vendendo vacina em tempo recorde com aval da OMS?

Embarca nesse enredo quem quer. Por enquanto. Porque eles querem tornar o embarque obrigatório.

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