quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ABAIXO A DISCRININAÇÃO AOS GORDOS - CARLOS BRICKMANN

Discriminação, sim

Josiani Alves Nicolete, 35 anos, diarista de profissão, foi aprovada em concurso público para o emprego de agente de serviços gerais numa creche municipal de Buritama, SP. Pagou a taxa para participar do concurso. Ao ser aprovada pediu demissão das casas onde prestava serviços. Mas foi impedida de tomar posse porque a julgaram "obesa". Josiani está evidentemente acima do peso - mas não havia, entre as cláusulas do concurso, nenhuma que lhe exigisse peso menor. Na hora de pagar para participar, não havia restrição. Na hora de nomear os vitoriosos no concurso, as restrições aparecem? Não é o primeiro caso de discriminação de pessoas gordas. Nem por isso deixa de ser imbecil: se não se trata de candidatura a atleta, ou a modelo, por que a discriminação?

Digamos que Sir Winston Churchill, ao assumir o Governo britânico que derrotaria o magrinho Hitler na Segunda Guerra Mundial, não fosse exatamente magro. Digamos que o general Arik Sharon, a grande estrela da Guerra do Yom Kippur, tinha certo excesso de peso. Digamos que o ministro Delfim Netto, por tantos anos comandante da economia brasileira, não tinha o apelido de Gordo por acaso. E digamos que os responsáveis pela discriminação a funcionários que venceram concursos ainda não apresentaram credenciais que os habilitem a ser pelo menos tão vitoriosos e conhecidos como as pessoas que querem impedir de trabalhar. Digamos também que os meios de comunicação estão falhando feio: quem toma uma decisão desse porte, sem levar em conta as normas escritas do concurso e impede assim que uma pessoa ganhe a vida, tem de ser procurado até que dê todas as explicações para seus atos que, na opinião deste colunista, são insanos.

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