19 março 2015DE CUMPADE PRA CUMPADE - Jessier Quirino
NENÉM NA BALANÇA DA CIBRAZEN
No interior mais mato adentro daqui de nós, o Médico termina de examinar uma criança doente, no miolo dum comércio de beco de fim de feira. Na falta de uma balança pediátrica apropriada, pergunta a mulher que traz a doentinha nos braços:
- A senhora sabe quantos quilos ela está pesando?
- Aff Maria Doutor, isso é uma coisa que sei não sinhô!
Sem os dados do peso da criança, fica o Doutor sem poder receitar a dosagem correta do remédio. Nisso, um ajudante da casa, na melhor das inteções, sugere bem sugerido:
- Ô doutor, aqui do lado tem uma balança da Cibrazen, mas eu acho que a neném é muito pequena…
O Doutor espertamente atina prum detalhe, e diz de acelerado:
- Ôpa rapaz, vai dar certo! Mesmo sendo balança industrial, a gente pesa. Vamos lá: Primeiro sobe na balança a mãe com a criança nos braços; depois, a gente segura a criança e sobe a mãe sozinha. Aí, é só pegar o peso das duas, diminuir do dela sozinha, teremos o peso da criança e eu passo a dosagem certa do remédio. Vamos Dona Maria…
Nesse interim-tim-tim a mulher temerosa retruca:
- Ô Doutor, por caridade, não vamos pesar desse jeito não; eu vejo a hora, que Deus o livre, que pode findar errado a dosage da bichinha!
- Mas por que Dona Maria????
- É porque eu não sou a mãe dela não, eu sou a tia!!
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