quarta-feira, 11 de junho de 2014

ESTOURANDO TUDO – Rafael Brasil - ARTIGO ESCRITO EM JUNHO DE 2006




ESTOURANDO TUDO – Rafael Brasil 

Antes das eleições, o governo está dando a corda toda. Abrindo concursos, aumentando muito o número do funcionalismo público, seus tradicionais eleitores, dando aumentos, tanto ao mesmo funcionalismo, como no salário mínimo, tudo muito bom. Só que , na vida e na economia, não existe almoço grátis. A conta vem depois, claro, para nós , contribuintes. Sem saber, e claro querer, pagamos tudo, ou quase tudo, compulsoriamente. Ou melhor, os governos tomam alegremente os tostões dos amargurados contribuintes, que trabalham aproximadamente quatro meses do ano para sustentar o estado. O estado comilão, e que oferece péssimos serviços, nem protege nem educa os cidadãos. Tem-se ampliado a esmola, e a propaganda da mesma. É o carnaval da socialização da miséria. Eu bem que desconfiava que ainda chegaríamos ao socialismo no alvorecer do século XXI. Aí está. Sirvam-se, ó socialistas de mesa de bar.

O presidente tudo fala, é um homem muito sabido. Esperto, escondeu-se o quanto pôde das acusações de corrupção, jogou tudo nas costas dos antigos comparsas, e está aí, firme e forte, com a ajuda das oposições, tem amplas chances de ganhar as eleições. Já está preparando amplos acordos, inclusive com a oposição, para o próximo governo, que deve servir para tapar os buracos, agora abertos, para agradar boas parcelas do eleitorado. Tudo como dantes no quartel de Abrantes. 
As oposições, coitadas. Trocaram um candidato de quarenta por cento das intenções de voto, e com algum carisma, por outro, sem carisma e com dezessete. Ainda vão ter que explicar tal obra de engenharia política. Na frente desses o presidente é mesmo um çábio. Um çábio político, ora bolas, e com o congresso desmoralizado, quem vai ligar para corrupção? Isso é coisa das minorias que lêem jornais, ora bolas, o povão mesmo quer mesmo saber é da copa do mundo, regada a cerveja e carne assada. Mesmo que a cerveja seja parcialmente subsidiada, não tem problema. Ou poblema, afinal todo mundo rouba, e querem tirar nosso presidente por roubar? Pelo menos para nós, sobra um pouquinho, mesmo que a conta venha a ser altamente salgada depois. Depois da farra dos pobres.
Enquanto escrevo, a economia internacional estremece com a alta dos juros nos Estados Unidos. Que, juntamente com o mundo, cresceu bem mais do que nós, nos três últimos anos de relativa bonança. Pegamos carona, mas crescemos pouco. Nosso çábio presidente nenhuma reforma institucional fez. Tudo muito difícil, e sobretudo trabalhoso, costurar acordos, varando madrugadas...Trabalhoso e chato. Melhor andar de avião, e falar diretamente com o povão, nesse intenso vestibular para mais um pai dos pobres. Mais um. Na verdade esse pessoal se alimenta da miséria e da ignorância, que por aqui são fartas. Se os pobres e ignorantes acabarem o que será dessa gente? De que viverão os políticos demagogos e os padres de passeata? E dos ladrões que roubam botando a culpa no social, os larápios sociólogos? Será que um dia ficaremos livres da miséria da ignorância? Perguntem ao bispo, pois cada vez de nada sabemos.
Enquanto isso, mais uma vez o povo vai sendo passado para trás, por um governo essencialmente corrupto e soberbamente mentiroso. Tão mentiroso que um dia a gente, se não tiver muito cuidado, um dia acredita, como os idiotas da objetividade, que nos tempos de Nélson Rodrigues eram poucos, mas agora somam milhões. Estamos mesmo lascados. Escrevam aí. Num futuro próximo estaremos pior. Vocês duvidam? 

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