quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Como a maconha pode diminuir a miséria do sertão - Por: Leandro Narloch - VEJA.COM


A legalização da droga criaria empregos e prosperidade na região mais pobre do país

epa02310452 A worker tends to cannabis plants at a growing facility for the Tikun Olam company near the northern Israeli town of Safed on 31 August 2010. In conjunction with Israel's Health Ministry, the company currently distributes cannabis or Marijuana for medicinal purposes to over 1,800 people to help relieve pain caused by various health conditions.  EPA/ABIR SULTAN ISRAEL OUT
Plantação legalizada de maconha para remédios, em Israel. EPA/ABIR SULTAN ISRAEL OUT
Harry Browne, político e analista financeiro americano, costuma afirmar que o estado quebra as pernas dos cidadãos só para depois dar muletas a eles e dizer “vejam só, se não fosse o governo, vocês não seriam capazes de andar”.
Isso é especialmente verdade para o sertão nordestino.
Com pouca chuva, muito sol e solo arenoso, o sertão é uma região excelente para o plantio de maconha. Se a droga fosse legalizada, fazendas de maconha renderiam lucros milionários, criariam empregos, aqueceriam a venda de máquinas e fertilizantes e reduziriam a dependência da população ao Bolsa-Família. O Brasil ainda seria um exportador mundial de uma valiosa matéria-prima para fibras, remédios e cigarros.
Mas o próprio governo impede esse desenvolvimento. Como a maconha é proibida, os sertanejos que optam pelo seu cultivo se tornam criminosos. Só no mês passado, uma operação da Polícia Federal no sertão de Pernambuco destruiu 320 mil pés de maconha.
Operações como essa são máquinas perfeitas de pobreza. Desperdiçam recursos escassos do governo (helicópteros e dezenas de policiais) para destruir a riqueza de gente não exatamente endinheirada.
Sem poder cultivar uma das poucas espécies para o qual o sertão é adequado, só resta aos sertanejos se apoiar nas muletas do Bolsa-Família.
@lnarloch

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