sexta-feira, 28 de março de 2014

DITADURA OU DITA BRANDA? RAFAEL BRASIL


DITA DURA, DITA BRANDA

 Não sei direito, mas foi o cientista político portenho Guillermo O’Donnel, quem fez os trocadilhos, dita branda, dita, dura, para distinguis os vários tipos ou graus de autoritarismo. No nosso caso, tivemos vários períodos distintos da nossa sui-generis ditadura. Afinal, para se distanciar das tradicionais ditaduras caudihescas latino-americanas nossos generais inventaram uma ditadura rotativa, com vários ditadores se alternando no poder. “Só assim um sujeito como eu poderia ser presidente” afirmara Geisel, depois de ter sido o escolhido por Garrastazu, o Médici, o mais duro da ditadura.
A “dita branda” durou até o AI-5, ato institucional, que se transformaria no golpe dentro do golpe, devido ao fortalecimento dos setores duros do regime, com a inclusão da luta armada por radicais de esquerda inspirados pela revolução cubana. Com o endurecimento,sofreriam radicais e moderados da oposição, não escapando nem os setores da igreja engajados na luta pela democracia. Foi Geisel, quem afastou os radicais do centro do poder, reinstaurando a dita branda, que não resistiria à crise econômica da inflação e da dívida externa, abrindo os caminhos para o chamado poder civil.
Os adversários desta terminologia, afirmam que ditadura é ditadura, não existem meios-termos. Tudo bem, mas 500 é menor do 25000, ou não? Esta é a diferença entre os mortos na ditadura brasileira e a Argentina, só para ficarmos nestes tristes exemplos. Ainda mais se considerarmos que a população argentina é bem menor do que a brasileira, não? Claro, ditadura é um negócio antes e mais nada, chato. Uns idiotas querendo nos regular a vida. Que tal morar em Cuba, com seus espiões por quarteirão?
No Brasil de Geisel, praticamente já não existia a censura, e o aparato repressivo estava sendo desmontado

Nenhum comentário:

Postar um comentário